quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A SOPA DE DONA GRACINHA: UM GESTO DE SOLIDARIEDADE


Todas as manhãs a rotina é a mesma. Ela acorda bem cedo, faz sua oração, pedindo pelos menos favorecidos, e que todos tenham um dia abençoado. Inicia os afazeres do lar, sempre com esmero e dedicação, para em seguida, se dirigir ao mercado mais próximo de sua residência. Com muita paciência e carinho escolhe os legumes e as verduras, sempre pechinchando e justificando sua causa nobre. Ao regressar ao lar, sua última parada é no açougue para apanhar a o pedaço de carne, sempre encomendado de véspera.
Ao chegar em casa, começam os preparativos, sempre obedecendo ao mesmo ritual de mais de três décadas. Lava tudo em água corrente e trata a carne com o seu tempero de sabor inigualável. Hoje conta com a colaboração de algumas vizinhas também abnegadas. Todas colaboram, sem também descuidar dos afazeres domésticos, que com certeza, lhes consomem o dia. Dona Gracinha, a cozinheira-mor, não cansa de afirmar que se mais pudesse fazer, não pensaria duas vezes e construía um abrigo para os mais necessitados em sua casa. Vive com o Seu José, fruto de um casamento que já dura trinta e seis anos e que lhe rendeu quatro filhos, todos já adultos.
No início da tarde começa a aglomeração de pessoas carentes vindas de todos os bairros adjacentes em busca daquela que muitas vezes é a única refeição do dia. A sopa da dona Gracinha, como ficou popularmente conhecida no bairro. Às três horas da tarde tem início a distribuição com a única exigência de que se traga o prato ou cumbuca para poder levar a disputada refeição.
Em poucos minutos, só resta a grande panela vazia e muitos infelizmente voltam sem a oportunidade de provar da sopa, deixando o local com a esperança de no dia seguinte, quem sabe, terem mais sorte.
Dona Gracinha para poder ajudar aos mais necessitados conta com a colaboração de algumas pessoas ligadas à paróquia do bairro e vem encontrando cada vez mais dificuldade para continuar à frente desse trabalho social, “eu tenho lutado com muita dificuldade, pois hoje tudo está mais difícil. Muitos dos que me ajudavam encontram-se é na fila para tomar a sopa. É muito difícil a situação desse povo da nossa comunidade”, afirmou com um ar desolação.
Ela finalizou, pedindo aos que quisessem colaborar com doações para a sopa que entrassem em contato com o centro paroquial da igreja do Tancredo Neves que seriam bem-vindos.
É mais um trabalho social, de uma enorme importância, que corre o sério risco de acabar por falta de condições financeiras e de apoio dos órgãos públicos.

Luis Guilherme

Um comentário:

jordania silva disse...

esse tema de solidariedade foi muito importante,mostrando que ainda existe pessoas que se preoculpam com os outros,pois é raro, que as pessoas dividam o seu tempo pra com as outras.foi muito bem escolhido,você estar de parabéns...