sábado, 20 de outubro de 2007

SEMIÓTICA


A Semiótica, segundo estudiosos e especialistas, que a encaram em sentido clássico, se põe, sem outras considerações, como disciplina autônoma, passível de ser subdividida em outras disciplinas. Ela é considerada uma teoria dos signos. Nessa condição, é teoria que coloca, em termos genéricos, as questões clássicas associadas ao estudo das definições.
Partindo de uma determinação conceitual dos signos, são examinados, pela Semiótica, vários tipos de signos e a constituição de sistemas de signos, ou seja, a linguagem.
O filósofo austro-húngaro Edmund Husserl (1859-1938), por exemplo, considera em princípio, como signos, os marcadores e as frases. Marcadores, indícios, ou indicadores, remetem-nos a algo diverso, substituem ou representam outra coisa. Exemplificando, uma expressão como ‘o resfriamento da água’ seria indicador de uma queda de temperatura, ao passo que ‘halo da lua’ serviria para indicar uma piora nas condições climáticas. Frases, de outro lado, exprimem um pensamento e possuem, portanto, um significado. Mais uma vez exemplificando, os sinais lingüísticos ‘árvore’, ‘cão’, ‘liberdade’, etc.
Estudiosos de Semiótica, que defendem uma posição transclássica, asseveram que uma teoria dos signos só pode ser elaborada, e portanto, só pode adquirir sentido, como parte de uma teoria geral da comunicação, já que a principal função dos signos, segundo A. Schaff, em sua obra Introdução à Semiótica, está em permitir “partilhar algo com alguém, prestar informes a alguém, de modo que o signo se associa aos objetos e às pessoas que participam, de maneira bem determinada, socialmente condicionada, do processo da comunicação”.
O problema do signo surge na Lógica e na Retórica de Aristóteles. É no âmbito dessas disciplinas que se encontram observações que caberia incluir em uma teoria dos signos – e as obras de Leibniz, Wolff, Lambert, Reimarus, Hegel, Frege, e muitos outros, atestam a veracidade da afirmação. Porém, a Semiótica só se transforma em problema específico, de cunho científico, nas obras de Charles Sanders Peirce.
Segundo Peirce, signo é tudo aquilo que pode ser considerado como signo e apenas aquilo que for considerado como signo. Qualquer coisa pode, em tese, ser considerado como signo. O que se declara ser um signo não é mais um objeto, mas associação, a algo que pode ser objeto; meta-objeto, por assim dizer. A associação, determinada por meio de algo declarado como signo, é triádica: algo é associado, na condição de ‘meio’, a um ‘objeto’, para um ‘interpretante’. Fala-se, pois, em relação triádica dos signos.
A semiótica subdivide-se em: Sintaxe, Semântica e Pragmática. A Sintaxe é o ramo da Semiótica que em que se estuda o modo pelo qual os signos de várias classes se combinam para formar signos compostos, são focalizados os signos enquanto signos, focalizando o âmbito do meio e as possibilidades de relaciona-los. Faz-se abstração do significado dos signos, bem como de seus empregos e efeitos. A Semântica é a parte em que se estuda os significados propriamente dos signos. A relação entre o objeto designado e o meio designador, sendo o signo a função dessa relação. Já a Pragmática, ocupa-se de estudar a origem, o emprego e os efeitos dos signos. Estuda-se o signo como um todo, sob o prisma da relação objeto – meio – interpretante. Em especial a pragmática focaliza o interpretante, o modo com ele considera significativa a denotação, a maneira como se vale dos signos e a aplicação que lhes dá.
O signo sendo qualquer objeto material, qualquer atributo, qualquer evento material – colocado no interior do processo de comunicação e no quadro de referência de um conjunto de interlocutores que dominam certa linguagem – pode ser dividido em: naturais e artificiais. Os naturais são aqueles que independem de atividades finalistas, própria dos seres humanos e os artificiais são aqueles que podem ser dados como reconhecidos produtos sociais do homem, chamados a servir como signos em objetivos vitais.
Referências Bibliográficas:

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bossi. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
MASER, S. Fundamentos de Teoria Geral da Comunicação. Trad. Leônidas Hegenberg. São Paulo: E.P.U – Editora Pedagógica e Universitária, 1975.
SCHAFF, A. Introdução à Semiótica. Editora Civilização Brasileira, 1968.




Luis Guilherme Moura Gaya

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